terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Soneto VI - GregĂłrio de Matos...e um breve adendo

Nasce o Sol, e nĂŁo dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contĂ­nuas tristezas a alegria.

Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz Ă©, por que nĂŁo dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?

Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.

Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.


Soneto IV - GregĂłrio de Matos


Porém...


alguns céus nublados duram mais, outros menos. Mas nunca tempo demais a ponto de esquecermos do brilho do sol e do que aprendemos. E durante esse tempo dá pra ver algo bom no movimento das nuvens e na beleza dos tons acinzentados...algo como pessoas que conhecemos ou o sol, do qual grandiosa luz recebemos, como se o céu nunca tivesse se fechado.

-uma breve conversa entre dois bons amigos


Marcus Alves




sábado, 16 de janeiro de 2021

...everything is boredom and pain

The sky poured a gentle

drizzle over the earth,

and the smell of it hung

in the air while the icy twilight breeze,

interspersed between the

rustling of the tree

leaves, entered through

the door.


A weak and exhausted body

lies down, wanting to live

in that cold january dusk,

until eternity.

But now, everything is

boredom and pain.


Marcus Alves

O firmamento deitava a

garoa leve branda sobre a terra

O petricor pairava no ar

enquanto a brisa álgida

crepuscular imiscuĂ­a-se 

por entre as folhas da caramboleira

entrando pela porta.


Um corpo fraco e exausto

se espalda e deseja morar

nesse poente de janeiro

até a eternidade, pois

tudo é tédio e dor.


Marcus Alves